4.9.06

misery rejoices when you're near

Minha mãe tem uma amiga que tá se separando agora. Aí a mulher tem saído horrores com a minha mãe, pra não ficar em casa pagando pau pro (ex) marido. Numa saída dessas, elas foram numa churrascaria. Era uma segunda feira. Dia dos namorados. O garçom chegou na mesa estourando champagne, achando que elas eram um casal. Mas enfim, essa mulher tem um filho de tipo vinte anos, tímido que só. Não sai, não tem muitos amigos, meio caxa e tal. Mas a mulher pediu que eu saísse com ele, que eu o 'pervertesse'. Juro. Tipo dama de companhia (ou pior, se eu levar o 'perverter' a sério).
Semana passada levei o menino no L'Open, restaurante bacana com frequência gls. Ele nem notou e meio que se jogou pra mim*. Ontem, íamos num pub mas não sei como acabamos no cinema. Ele, eu e um casal amigo deles.
Eu não sei se eu me senti no século dezenove ou se eu me senti no mundo mais hétero que existe (às vezes é tipo a mesma coisa). Ir em shopping, comprar pipoca, ir ao cinema, sentar 'uma menina, um menino, uma menina, um menino', como se fosse corre-cotia. Me irrita tanto esse tipo de programa, meu jesus papai conselheiro.
Mas tadinho do menino. Ele abre as portas pra mim (o que eu odeio, uma hora eu corri mais que ele pra eu mesma abrir, ele quase tropeçou de tão surpreso), fica me deixando passar primeiro nos espaços estreitos (mas, de novo, eu corria na frente e ele ficava apontando os lugares), uma hora até pediu desculpa por uma criança que tava correndo e bateu a bexiga em mim (hélio, pessoas, não o órgão do xixi). Logo que a gente chegou no shopping eu já me imaginei em Razão e Sensibilidade, porque ele insistiu em parar na área vip e tava uma fila gigante (manobristas folgados). Me senti tipo na cena do engarrafamento de carruagens. Me poupe.
E, pra completar o teste de paciência, ele é daqueles que senta no carro, abre o próprio vidro e o vidro de quem tá do lado. Tipo como se o comando fosse dele e ele decidisse quando você tá com calor ou com frio. Me senti com 5 anos e isso não é uma boa coisa, eu não quero sair com o meu pai.

* o pior de tudo é não 'poder' falar pra ele que eu gosto de menina. Minha mãe achou melhor eu não ser tão específica assim. E como eu não quero causar nenhum incidente diplomático entre ela e a amiga, eu fico assim. Sem saber como dar o fora (mas acho que consegui). É engraçado isso, de falar que é gay. Porque é uma informação tão essencial e ao mesmo tempo tão sem sentido. Define muito e num diz nada ao mesmo tempo.

Um comentário:

amanda disse...

"meio caxa"? essa é nova pra mim. :*